quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Ascensão

Pipas, Cândido Portinari




Quando piso na grama sinto...
Sinto tão breve o verde, macio, alvo...
Feito um vôo, sinto Minh'alma sentir-me,
viajo entre sensações, me perco em tempo e espaço.
Reencontro o perdido elo entre o Eu e Mim...


Como num espasmo de brisa leve,
a tocar meu rosto a roçar meu corpo...
A circundar-me feito uma veste de nuvens.


Nuvens tão brandas que perpassam suaves em mim,
e sorvendo o seu perfume vou seguindo aos cumes do infinito...
Infinito envolto pelos meus elos, pelos sonhos que perpasso.
Passo a passo... Em descalço para sentir- me, evocar- me...
Mas em tempo de não perder-me.


Do que já fui, do que sou hoje, do que serei mais tarde.
E a vida ainda passada a limpo... Arde.
A vida irrompi de novo como um diz que resguardado...

trazendo um cesto de contas e contos...
À serem escritos, descritos, criados.
A vida irrompi num dia chegando...
Críticos nos buscam....em nossos fundos...
Complacentes, nos devolvem as horas, os agoras e os mundos....


Saudosos nos contam momentos, nos colhem os intentos...
E os replantam no solo da vida... ida...!

Monet/joel: www.canteirodevislumbres.blogspot.com