Monet
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
Momento difícil
Há momentos em nossas vidas em que o mundo parece estar parado. Tudo parece estar distante de nós, ou quem sabe, nós parecemos estar distantes de tudo. Momentos onde nos sentimos vazio, mesmo estando rodeado de pessoas. Momentos onde nada parece ser tão importante, tudo parece ter perdido o seu sentido.
As coisas parecem estar todas foras do lugar, no peito uma dor, um aperto, uma aflição sem um por quê aparente. Bate uma forte vontade de sumirmos. Uma falta de um algo que nem mesmo sabemos o que é. Um desejo muito forte de nos refugiar e nos reservar em um lugar isolado, distante, bem distante! Um desejo de se calar, uma vontade involuntária de chorar… De gritar…
Neste momento os desesperos nos sobrevém com muita intensidade e parece ser mais forte que nós mesmos. Nossas forças se esgotam diante da “força” de nossas fraquezas! É difícil, muito difícil permanecer inabalável diante das circunstâncias adversas. Nessas horas, precisamos de uma palavra de conforto, mas tudo parece ser muito complexo, ninguém encontramos, pensamos estar a sós…
Chegamos a pensar até que Deus está insensível aos nossos pedidos. As dificuldades parecem ser gigantes, poderosas, indestrutíveis. O nosso sorriso se esconde, perde seu brilho natural. E esses nossos olhos confinantes, nos entregam, demonstrando escancaradamente o que estamos passando. Hum, esses nossos olhos… Reveladores, eles não mentem. Mesmo que de nossos lábios saiam palavras
contraditórias, as nossas realidades, esses nossos olhos nos entregam, não nos deixam mentir.
Depois dos nossos olhos reveladores, vem o outro nosso grande revelador de segredos, o silêncio. Esse que é capaz de nos falar intimamente. Ele que às vezes fala mais do que muitas palavras, ele que vem acompanhado da tristeza, que nos faz calar, demonstrando a ausência de coisas e momentos bons a serem compartilhados e contados com entusiasmo. E em nós, só nos vem o pensamento de perder e o medo pelo porvir, um medo do amanhã, onde parece que nossos sonhos se frustraram, que jamais se realizaram… Nunca mesmo!
As forças se acabam, o dia escurece e perde todo o seu esplendor. O sol parece não mais esquentar, a lua parece não mais iluminar, o caminho parece não ter fim. Em nossos caminhos os obstáculos aparecem ainda mais altos a cada novo passo. Os espinhos vem nos ferir, as pedras nos fazer tropeçar. Tropeçar e cair em um buraco profundo, para um lugar aparentemente sem fim, para um lugar escuro, frio, assustador, onde caímos e lá ficamos, até que alguém nos veja e nos socorra.
Estando nós lá, após passarmos por tantas dificuldades e por provas intensas, é que paramos para analisar a cada situação minuciosamente, o lugar onde paramos para refletir sobre tudo que já se passou em nossas vidas… Aí então, concluímos que este buraco foi o melhor lugar por onde passamos. Mas como assim? Estamos neste buraco sim! Mas ainda não foi lançada terra sobre ele e se lançada, com ela podemos subir. Se a cada grão de terra lançada continuarmos em movimento, em busca da superfície, pisoteando sempre, jamais ficando parado, senão seremos assim soterrados!
E enquanto isso, podemos perceber que todas as dificuldades não passaram de crescimento e amadurecimento para nossas vidas. Que as feridas que nos foram feitas não produziram morte, mas sim a vida. Que não abateram, mas exaltaram. Nos trouxeram lições de vida e nos mostraram que somos fortes o suficiente para superarmos tudo nesta vida. Que somos mais fortes do que imaginamos, que as dificuldades podem ser pedras de obstáculos ou degraus de uma escada, depende de como as encaramos.
E refletimos que temos motivos muito maiores pra sorrir do que pra chorar. Que podemos ler tudo isto, ou seja, nós enxergamos, falamos, andamos, sentimos… Temos e podemos respirar ar puro e esbanjamos saúde perfeita. E percebemos o principal: que nada merecemos, mas que existe um ser que nos ama incondicionalmente, que nos perdoa sempre, com um amor e carinho inefável. E que nunca, jamais, nos deixou de oferecer tal amor, mesmo sendo nós imerecedores.
Um que nos ama, sem má interpretação. Um que nos ama, sem pedir nada em troca, nada diante de tudo que nos oferece. Nenhum absurdo em merecimento do seu amor, deste amor maravilhoso que ele nos concede! Amor sem injustiças, ciúmes, amor este sem sombra ou variações de dúvidas. Aquele que nos amou primeiro, que nos amou e pronto! E de volta só nos pediu uma coisa: “Aceite meu Amor”. Cabe a nós, somente a nós, sermos justo e gratos a Ele, a este que nos oferece de bom grado, imerecidamente tamanho amor.
Aceitar ou não o seu pedido, aceitar ou ignorá-lo, ai é conosco. O que eu e você estamos esperando? Ele é o refúgio eterno, socorro bem presente, amigo fiel, aquele que tem amor inexplicável para nos dar, amor incondicional, maravilhoso, forte. Você já viu ou ouviu amor maior que este? Creio que não. Duvido muito, pois não existe. Ele deu a vida por mim e por você!
Em meio a todos os momentos difíceis ele te diz:
Estarei contigo todos os dias até à consumação dos séculos. Não temas, porque eu estou contigo! Chamei-te pelo teu nome. Tú és meu. Se passares pelas águas, estarei contigo e quando passares pelos rios, eles não te submergirão. Quando passares pelo fogo, a chama não arderá em ti.
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quinta-feira, 11 de abril de 2013
Depois de algum tempo aprenderás a diferença, a delicada diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E aprenderás que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começarás a aprender que os beijos não são contratos e os presentes não são promessas.
E começarás a aceitar tuas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com o encanto de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprenderás a construir todas as tuas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o hábito de cair em meio ao vazio.
Depois de um tempo, aprenderás que o Sol queima se ficares exposto por muito tempo.
E aprenderás que não importa o quanto te importas, algumas pessoas simplesmente não se importam.
E aceitarás que não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai ferir-te de vez em quando e precisarás de perdoá-la por isso.
Aprenderás que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobrirás que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que podes fazer coisas num instante, das quais te arrependerás pelo resto da vida.
Aprenderás que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprenderás que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam, perceberás que tu e o teu melhor amigo podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobrirás que as pessoas com quem mais te importas na vida são conquistadas por ti muito depressa, por isso devemos devemos despedir-nos das pessoas que amamos com palavras amorosas, pois pode ser a última vez que as vemos.
Aprenderás que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começarás a aprender que não te deves comparar aos outros, mas com o melhor que podes ser.
Descobrirás que é preciso muito tempo para te tornares a pessoa que queres ser, e que o tempo é curto.
Aprenderás que não importa onde já chegaste, mas para onde estás a ir, mas se não sabes para onde está a ir, qualquer lugar serve.
Aprenderás que, ou controlas os teus actos ou eles controlar-te-ão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre dois lados.
Aprenderás que os heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências.
Aprenderás que ter paciência requer muita prática.
Descobrirás que algumas vezes a pessoa que esperas que te rejeite quando cais é uma das poucas que te ajudam a levantar.
Aprenderás que a maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendeste com elas do que com quantos aniversários celebraste.
Aprenderás que há mais dos teus pais em ti do que imaginas.
Aprenderás que nunca se deve dizer a uma criança que os sonhos são loucuras, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprenderás que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobrirás que só porque alguém não te ama da maneira que queres que ame, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprenderás que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo.
Aprenderás que com a mesma rigidez com que julgas, serás em algum momento condenado.
Aprenderás que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que o consertes.
Aprenderás que o tempo não é algo que possa voltar atrás.
Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperar que alguém te traga flores.
E aprenderás que realmente podes suportar… que és FORTE, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não podias mais.
E que realmente a vida tem valor e que TU tens valor diante da vida!
As nossas dádivas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.
domingo, 21 de outubro de 2012
Perene
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Aldrava
Quão vão momento desperdicei
atropelando a vida lá fora...
E hoje quão me calei...
E hoje, é ela quem desforra.
Seus atos me vislumbram
seu vislumbrar me assombram
permeando sobre incógnita
manifesta-se suave selenita.
Desanuvia meu semblante em pluma
vem flutua, mais que a densa alma.
E do meu calar renasça uma apotegma
sopre para longe esta fleuma.
Diante do teu silêncio eu me curvo
banhaste minha face em lágrimas
de um verbo que outrora em desuso
fez presente muitos axiomas.
Pressuposto era a dádiva
infindável a esperança.
Tu consumiste a lembrança
e eu assertiva... Lacrei com aldrava.
terça-feira, 5 de junho de 2012
Pleito
É preciso ungir toda e qualquer antefato causado pela atmosfera do obsoleto
como a saudade de um perfume de outrora
datadas de épocas distantes não mais que agora em todo seu pleito.
Os ruídos condizem ainda sob épica imagem...
Qual força descomunal para desatar fios, cordões já separados com o tempo?
A força que me empurra a se desprender de tal laço
é a mesma que me corrompe a alma arraigando- se mais as suas origens
abdicar da convicção futura, dos silêncios constantes nos faz imersos
e submersos constatamos um oceano aos tons de incertezas e desafios
deparando-me nas advertências dos meus Eus,
sacrificando quem fui, quem sou e quem venho a ser futuramente
fazendo-se fenecer o sopro da nuança já ambicionada.
Quão já se passaram?
Onde resgato a temperança?
Em que parte sazonal ficou resguardada um lírico azul?
Suplantar as mais ricas formas do Ser já não me cabe à veleidade
Eis que acabo por navegar em mares transbordados à sequidão
e dessas formas abstratas, estas metáforas incompreendidas vaga-se por caminho incógnito
Talvez pleiteie alhures meu futuro
talvez este cesse em ato único.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Alma
Silencia-te! Brusca alma
teu discurso já não condiz
suas formas estão disformes
e a hora por um triz...
Recobre as vestes do calar-te
mesmo que já não te faça parte
ou te sôa como descarte...
Não vês? Seu soneto desorienta!
aparta essa voz, esse som
que me fez de ferramenta...
Silencia-te! Não quero te ouvir
tú que me destes esperanças
e todas delas um porvir...
Restitua-se das asas que me deste
sobre os campos da certeza, que implumada
nesse frio angar de névoas, arrefece
e ante o Sol desfaz-se. E é nada.
Guarda-te nessa malha que para mim teceste.
Amarra-me nessa corda e me impõe teu friso,
e nesse casulo em que me esqueceste
deixa o beijo em minha boca desfolhar em riso.
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica... Vinícius de Moraes)
quinta-feira, 8 de março de 2012
Fenecer
Em tempo a sonata já desfaz seus últimos acordes
De árida a terra se tornou alagada
Presumido os seixos ficaram recobertos sem alardes
Percorrer aqueles caminhos somente com jangada
Procurar pelos castanhos mesclados por verde
Somente borralhos e densos azuis
Dos olhos só avistavam o profundo celeste
Do corpo a inquietude adensando um suposto croqui
Na memória os mais pífios esboços não recolhidos
Investigar em canson seria tingir de agonias
Todos os remorsos, desesperos já distendidos
Deixa aquietar-se nas gavetas das alquimias
Vasculhar seria contrapor, destoar, discernir sentimentos.
Aquém de intraduzíveis cores dos infindáveis bueiros
Escoam as águas submersas da fala em fragmentos
Pedaços do papiro, depondo sintaxes, devolvendo abatimento.
Na substancia verteu, decantou-se.
E de terra que se precisava, escorreu.
O papiro convertido em gotas rasgou-se
E nos olhos cansados... Tanto mar. Feneceu...
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
O poeta e a poesia
tece a folha, esta que lhe confia.
Não se extravie em vãos momentos,
grite antes que tal ato se transforme em abulia.
Situe-se nas quimeras, aos sons de teus estertores
pause na reflexão ida do zazonamento.
Lança-te no mais profundo, ou se te faz feliz nos arredores
da gaveta esquecida das mágoas revividas, os tormentos.
Deixa-te peregrinar por entre seus traços
que a lágrima abrase tua alma,
permeie pela face e desfaleça em teus cansaços
e destarte concilie a harmonia da calma
Escassa é a vontade que te decifrem
Que importam todas as regras e críticas?
Que importam as sintaxes e rimas?
Técnicas... Todas essas são miragens.
Em seu delineamento meu corpo toma forma
em punho a pena, em ponta teus versos se transforma.
Vai poeta quero me fazer graciosa teoria
e da tua personalidade magnânima poesia.
sábado, 12 de novembro de 2011
Austro
meneando em anseios os rascunhos,
dos quais em isoladas ocasiões
nomeio sensatas relações.
Afloro, em tempo suave a lembrança.
Em sítio povoado na sonata da esperança.
Nos ecos da mais tenra infância...
Depuro no mais azul profundo.
No abissal, entre o intermediário.
Num austro qualquer, além mundo
Temporária vontade, adágio.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Este mundo não é meu...
Em suas significações de vocábulos
Subentendi mentos da metafísica abortado
Tais fonemas nublam-se e eu necessite de óculos
Espargindo notas densas do meu silenciar
E das íris que haviam grandioso brilho, opacam-se
O corpo vaga á procura obsoleta
A mente inclina-se ao torpor
Saudades em forma de ampulheta
Diante da minha fronte e com louvor
Mundo vasto, terra de ninguém, hangar de almas irrecuperáveis
Bradam loucamente á outrem, eis o egocentrismo artefato guarda-móveis
Tenciono em espírito e carne o alinhamento
Este mundo não é meu e me arde frente à este tempo
"Cada vez me convenço mais de que este mundo não me pertence, tão pouco faço parte dele e sinto-me como um sobreposto... Esperando a hora, há que zarpar de um porto..."
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Vislumbres
Em uma vasta extensão de terra, onde a vista não alcança
árvores frondozas resultando em densa vegetação.
Onde só se ouvem sons de pássaros e a brisa leve da janela que perpassa.
Que meus passos sintam a terra úmida e meu corpo compreenda esta sensação.
Que a casa seja simples, que o jardim seja livre.
Que o momento seja estável e a dor findável.
Que a chuva lave a alma, e a louça espaireça seu azinhavre.
Que a voz seja constante melodia, suave e amável.
Mas que tenha uma varanda... E nela cadeiras confortáveis
onde a gente nem sinta o corpo, este flutua...
um bom chá de jasmim e comestíveis.
Há de ter uma horta, semear a esperança futura...
Há de germinar meu pão e eu colher quimeras inesquecíveis.
Ler meus livros, escutar minhas músicas,
rabiscar em papiros, arriscar em metafísica
e de tarde contemplar o por do sol
demorar-se mesclando-me com o arrebol
A dor das coisas que não existem, mas que persistem...
O silêncio tão sentido, a vaga idéia de paz, metáforas...
Pedacinhos de letras ou palavras relembrando o anteontem.
Vislumbres...
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Outubro
mas não em minhas palavras,
mas que se faça as minhas,
por onde eu prosseguir..."
Metade
Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
[...]
Amém...
domingo, 28 de agosto de 2011
Monologar
Algum tempo montei este blog, rabisquei alguns... Desfiei outros...
Como eu diria, um monologar. Rabisco do que avisto, sinto e se me oculto em sinônimos misturados aos antônimos é porque ainda gosto de certa privacidade, acredito que um blog não necessariamente tenha que estar explícito tudo o que autor pensa, e sim nuanças do que ele "pensa que pensa”. E o pensar que "pensa" é divino, faz você ter uma total capacidade de observar, porque fica sempre a indagação do "mas será?”
" O perder-se” W.F. Dizia que...
“O perder-se... A mais profunda forma de encontrar-se...”
[...]
"A larva: O primeiro estágio do desenvolvimento, independente e móvel, do ciclo de vida da maioria dos invertebrados, anfíbios e peixes."
[...]
Talvez eu tenha sim certa ignorância no saber...
Há tantas coisas a aprender, escrevo com singeleza, confesso não saber de regras e técnicas da poesia, confesso também ser rude para com as palavras, li poucos livros literários. Mas tenho em mim, a poesia. Isso pode não ser tão grandioso para alguns, sou simples, minha vida sempre foi simples, nunca fui de almejar grandes sonhos, talvez por ter pés bem enraizados no chão, mas isso não faz de mim, uma pessoa sem sentimentos por se tratar de uma simples pessoa tentando aprender a vida.
Sei que existem várias formas de se "olhar" uma poesia, mas a mim, há só uma, e mesmo com regras e técnicas, essas métricas, sonetos, rimas, sons, sonoridades, sílabas...
E me pergunto, será que se eu estudar tudo isso perderei a capacidade de sentir?
Porque olhando por esse lado eu não leria mais uma poesia com a alma.
Leria com os olhos... Analisando linhas, formas etc.
E se for assim prefiro ficar à ignorância, parar à margem, ficar somente com o meu sentir, pode ser retrógrada a forma como penso, mas vejo a poesia o "lidar”
Há diferentes sinônimos para o lidar mas aqui ele equivale ao tratar pessoas, formas delicadas, educadas, sem o termo obrigação, doar-se...
Ao grande W.F. o meu profundo respeito, por entender as coisas mais pequeninas e mais importantes da vida.
[...]
Já outrem, o meu abaixar a cabeça, porque a sabedoria está não só na instrução, e sim dentro da alma.
Algumas palavras ferem profundamente e temos o silêncio como resposta, não como revide, mas sim, por nos acharmos sem respostas, talvez eu seja sim uma larva incapaz, uma pupa a ladrar bobagens...
Talvez...
não devem manchar uma folha de papel.
E sim ficarem guardadas no ínfimo de uma gaveta d'alma
Podem ser sim arrefeçantes... Outrora ter o gosto à fel
Mas com certeza guardam a sabedoria com a calma.
Perfeito sem entremeios à verdade
há uma pureza singela
nas idéias e nos meios
nos atos que se faz lutar por esta...
Espreitando pelas arestas da idade.”
Luciana D.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Coisa amar
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.
Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.
Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te longamente como doi
desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.
Manuel Alegre
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Auroras da minha infância
Aromas da lembrança
Sabores da saudade
Sombreada por acácia
Nostalgia da idade
Pique-esconde
Pega-ladrão
Passa-anel
Queimada
Casinha
Carrinho
Vaga-lume
Pegador
Pula-corda
Correr na calçada...
Limonada
Bolinho de chuva
Goiabada
Pão com manteiga
Mingau
Café com leite
Macarronada
Pipoca
Picolé
Doce de leite...
Eram flores coloridas
árvores das mais frondosas.
Repousar nas almofadas,
das tardes esplendorosas...
E no cair da noite
exaurida e de mansinho,
aconchegada por minha avó
eu dormia rapidinho...
No tempo em que eu era criança...
O mundo era cor-de-rosa,
não haviam tristezas.
A única tarefa era comer as leguminosas.
No tempo em que eu era criança...
Podíamos colher diamantes no céu,
fruta rara era framboesa.
Por-do-sol era fogaréu.
No tempo em que eu era criança...
Ah...! Quem me dera.
Ter um "assunto" com o Sr Tempo,
fazer um contrato, permuta.
Negociar esta quimera.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Solilóquio
Solilóquio
A origem da tela, francesa.
As pinceladas de um gênio.
Um mestre do impressionismo,
Claude Oscar Monet.
O Blog um meio.
As páginas em branco
Rascunhos, rabiscos
acasos a externar.
A casa simples,
mesclas de cores e nuanças ao redor
singela clara ensolarada.
O pleito incógnito,
silente andrógino
à postergar.
A música o baile,
letras e sonatas solúvel solitude
breve solilóquio.
Análogo.
Em pormenores
Calar.
sábado, 6 de agosto de 2011
Sonho
Que existe uma brisa,
que essa brisa, leva a semente,
que levita e cai sobre a terra.
Que a terra acolhe e fecunda,
que de tão fecunda germina
como a escrita de uma poetisa.
E se eu disser...
Que do instante,
ecoam palavras que do silêncios
se tornam ocultas, faz-se o basto.
Somando, permeiam anelanante
e desse anelo se torna vasto
e com sussurros tem-se cantante.
Se eu proferir...
Um sonho,
indagar a beleza quão um cristal puro,
crepuscular o meu horizonte,
acordar com indícios da primeira aurora,
colocar a minha veste mais pomposa
e me fazer de linda diante de sua fronte.
aceitarias?
Como a brisa fez-se levitar a semente,
como a terra que acolhe e fecunda,
sem pestanejar ou acanhar a sua mente
em escrita desenvolve-se essa moça.
Nos conceitos ela rabisca docemente
dos segredos que murmuram... A sua boca.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Letras mal traçadas para o recolhimento da alma
Para bem longe, cada vez mais alto mais distante, voar.
Que importa os pensamentos alheios?
Que mérito tem seus julgamentos?
Deixar que esta insana profusão de palavras declame
sem me molestar com o que vão dizer ou vão pensar...
Levitar, apenas levitar.
Imaginar-se tão leve como esta sinfonia.
Enternecer-se feito os relógios moles de Dali...
Sorver a garoa ácida da noite.
sentir o vento melancólico roçar a face.
Erguer-se cada vez mais alto.
Para além das nuvens sombrias que a frente fria traz...
Ir ter com as estrelas, com o céu infinito.
Ir para um mundo distante, lá acima bem mais,
Mais que o cosmos ou qualquer buraco negro.
Cada vez mais alto, onde não sentir o ar, faz-me oxigenar...
Encher os pulmões deixar que o bronquíolos explodam,
em agonia como um grito de Munch...
Deixar que a notoriedade dessa falta de coesão,
essa falta de nexo, faça eclosão nas cores de Monet...
Infundir os plexos soltos,
como as telas de Magritte e afundar...
Fazer ir a fundo nos sonhos da árvore de Mondrian...
sentir a alma desnuda, viajar, viajar andar por...
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Se
Se
Se consegues manter a calma
quando à tua volta todos a perdem
Se consegues ter confiança em ti
quando todos duvidam de ti
e aceitas as suas dúvidas.
Se consegues esperar sem te cansares por esperar
ou caluniado não responderes com calúnias
ou odiado não dares espaço ao ódio
sem porém te fazeres demasiado bom
ou falares cheios de conhecimentos.
Se consegues sonhar
sem fazeres dos sonhos teus mestres.
Se consegues pensar
sem fazeres dos pensamentos teus objetivos.
Se consegues encontrar-te com o Trunfo e a Derrota
e tratares esses dois impostores do mesmo modo.
Se consegues suportar
a escuta das verdades que dizes
distorcidas pelos que te querem ver
cair em armadilhas
ou encarar tudo aquilo pelo qual lutaste na vida
ficar destruído
e reconstruíres tudo de novo
com instrumentos gastos pelo tempo.
Se consegues num único passo
arriscar tudo o que conquistaste
num lançamento de cara ou coroa,
perderes e recomeçares de novo
sem nunca suspirares palavras da tua perda.
Se consegues constringir o teu coração,
nervos e força
para te servirem na tua vez
já depois de não existirem,
e aguentares
quando já nada tens em ti
a não ser a vontade que te diz:
"Aguenta-te!"
Se consegues falar para multidões
e permaneceres com as tuas virtudes
ou andares entre reis e pobres
e agires naturalmente.
Se nem inimigos
ou amigos queridos
te conseguirem ofender.
Se todas as pessoas contam contigo
mas nenhuma demasiado.
Se consegues preencher cada minuto
dando valor
a todos os segundos que passam.
Tua é a Terra
e tudo que nela existe,
e mais ainda,
Tu serás um Homem, meu filho!
( tradução de Vitor Vaz da silva do poema "IF" de Rudyard Kipling )
"Aguenta-te!!"
sábado, 21 de maio de 2011
Anjos de luz
Elas estão aí, sem lugar fixo ou próprio.
São as três virtudes teologais, a esperança do mundo
Mas qual esperança ofertamos a estas?
Almas imaculadas, doces, simplórias
Vagueiam pela calçadas, em meio as ruas,
tanto frias, tão geladas.
Suas almas parecem estar nuas.
Uma meiguice, uma doçura pronta a ser lapidada.
Elas estão por aí...
Perambulando entre os carros,
Rogando com os olhos,
pois a boca já não sabe mais como pronunciar.
"Um pouco de alimento!?
E se o senhor puder me dar ?...
Um tiquinho de ternura!? Um tiquinho de alento..."
Corpinhos frágeis defrontam ou melhor aceitam o que esta cidade as "ensinam".
O conjunto dos pensamentos e concepções de um grupo social...
Sim! As Idéias... E mercam seus destinos.
E nesse espaço de tempo a "Vida"aos atos de outrem,
vão se moldando vão aprendendo.
Quisera ter um edifício do tamanho do mundo
Resguardar estes anjinhos de luz...
Quisera nutrir, sustentar e sanar com carinho fecundo.
" Pai, perdoa-lhes... eles não sabem o que fazem! "
sexta-feira, 20 de maio de 2011
O tempo e meus Templos
Das etapas,
o desenvolvimento
tão contínuo e obrigatório
singular e tão preciso.
O tempo e meus Templos
Das moradas,
em meio à fartura
no meio de regras,
em tantas conjecturas,
em cenários congruentes.
Dos preceitos,
a inquietude no saber
entre interrogativas,
temas, debates
a decifração, conhecimento.
Dos indivíduos
sempre complexos,
uma infindável lista de variações.
Estes sempre beirando a margem
a linha tênue do lidar.
E da vida
ainda que cedo,
mesmo que breve,
até o presente
simples crisálida.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Mercadores
Soltos meros corpos diáfanos
Mercam para vender a retalho sábios cébidas
domingo, 10 de abril de 2011
Alma iluminada
em gestos e palavras.
Num mundo tão vasto,
me deparei com sua fronte...
Na vida um segredo,
nos dias um contrato.
Em semanas o meu medo,
em um ano o auto-retrato.
Fluência em dizeres,
almas em desatino,
consumado em prazeres.
Dois Sóis e um caminho...
Numa terra do nunca,
contornada por moinhos,
perdidos entre memórias,
ávidos por um resquício.
A alma iluminada...
leva brilho a cada morada.
E esse cavalheiro,
com seus sonhos em permeios
cativou uma ragazza...
Chega manso todo dia,
com carinhos e afagos.
E se senta ao meu lado...
E se diz numa constância...
"Como a vida é doce...
E como é bom estar apaixonado..."
E com esse versinho,
tao singelo e pequenino,
presenteio ao meu adorado.
quarta-feira, 30 de março de 2011
vibram em meados dos lusco fusco ou dias acinzentados
elevam o espírito numa luminosa nimbar magnânimo
brincam de cingir, flâmula em sua forma decantado
A leveza da brisa, o refrigério que ela nos dá
o outono chegando e a certeza do aconchego que vem deste
os aromas e sabores os encontros e amores
todos os momentos quiçá
O recolhimento o redescobrimento da alma
a reflexão divina a paz interior
a personalidade de quem fala
ao eco exterior
sexta-feira, 4 de março de 2011
Tantas palavras...
Que eu conhecia
Só por ouvir falar, falar
Tantas palavras
Que ela gostava
E repetia
Só por gostar
Não tinham tradução
Mas combinavam bem
Toda sessão ela virava uma atriz
``Give me a kiss, darling''
``Play it again''
Trocamos confissões, sons
No cinema, dublando as paixões
Movendo as bocas
Com palavras ocas
Ou fora de si
Minha boca
Sem que eu compreendesse
Falou c'est fini
C'est fini
Que eu conhecia
E já não falo mais, jamais
Quantas palavras
Que ela adorava
Saíram de cartaz
Nós aprendemos
Palavras duras
Como dizer perdi, perdi
Palavras tontas
Nossas palavras
Quem falou não está mais aqui
[...]
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Espelho
pelos "sítios" além das montanhas
reflexos luminosos e intensos
seguem pelo ar e com o vento.
Janelas envolvidas por túnicas,
esclerais, íris de cor e de tons
magia de Deus, única.
Cristal de brilho abundante,
Véu, cortina, resguardadora.
Retina da vida, pelas câmaras soturnas,
desfragmador de sentimentos.
Orquestral de nuanças.
Maestria nos movimentos.
Seiva das inspirações.
índices do zazonamento.
espelho incandescente
mudo palavra oculta
célere
célula
magnificiente.
Poesia dedicada à J.P. Canteiro de vislumbres.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Incoativo
É incógnito divergir o possível
da disposição incólume, incolor ou incombustível...
Um simples projeto, uma condição primacial de um propósito.
O escrever, num vácuo, incoativo.
Ato de brincar com letrinhas,
nascem sinônimos, instantes, momentos.
Escarefica, nubla-se certezas, toldemos a razão!
Findamos o sofrimento!
Fica a angustia de tal ato.
Escrever não pode ser tão difícil e complicado.
O criar tem de ser leve, compacto e também ousado
Mas a "conta" que faz o axônio disto... Sem comentário....
Fica o desejo veemente, situações inusitadas mesclam as palavras
intempérie, interação, condição!!
E me pergunto será que é tao complicado assim ?
Discernir numa simples poesia ou rabisco uma erudição.
E assim vou traçando, rabiscando o que me aflinge,
na esperança de que uma idéia surja, num ímpeto novo,
com sinônimos antigos, decifrar a minha origem
uma espécie de comunhão comigo mesma, um renovo.
Sim, um ramo que brota de um toco, formando assim nova árvore
Não desisto!! Pleitearei uma nova fórmula....
Se minha sensibilidade ainda existe, se me falta inspiração, mas a vontade persiste...
Farei de uma regra, um exercício contínuo para a alma.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Saudade
raios de sol já não passam mais, janelas gastas, rachadura na pintura
todo teor talvez perdido em letra mal traçada num papiro à sombra de um bem-me-quer.
Das paredes apenas memória duma cor vibrante agora já opaca.
Recinto lacrado ainda se ouvem os sons, tempo passado ainda uma espécie de imagem ilusória
corredores silenciosos, vozes que dormem dum tempo, os ecos da época.
Em piso talhado a mármore marcas da mobília que ali continha
o cheiro, aroma, o perfume ainda prendem a lembrança
quão ansiava uma epopéia, talvez uma prosa ou uma simples quimera.
Saudade...Lembrança melancólica e ao mesmo tempo suave de pessoa, coisa distante ou extinta.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Você
Ahh...! Poesia está em tudo, na música, nas pinturas, nos reflexos...
A poesia está em você...
Ah, você está vendo só
Do jeito que eu fiquei e que tudo ficou
Uma tristeza tão grande
Nas coisas mais simples que você tocou
A nossa casa, querido
Já estava acostumada aguardando você
As flores na janela
Sorriam, cantavam por causa de você
Olhe, meu bem
Nunca mais nos deixe, por favor
Somos a vida, o sonho
Nós somos o amor
Entre, meu bem, por favor
Não deixe o mundo mau
Lhe levar outra vez
Me abrace simplesmente
Não fale, não lembre
Não chore, meu bem
Por Causa de Você
Dolores Duran
Composição: dolores duran/ tom jobim
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Paragens
Esse ano foi uma viagem diga-se de passagem...
Em início fases conturbadas me sentia em próprio hospício,
foi passando parecia lento, ia martelando como um solfejo,
desses em que a música instala na cabeça e não sai, o próprio suplício.
Mas não posso dizer que foi de todo ruim, tive altos e baixos,
Como a Montanha Russa de Cassiano Ricardo.
Com suas rosas e afins, só não tinha o cavalheiro ao lado.
Momentos marcantes, situaçoes extremas,
janelas abertas, portas fechadas...
Tudo como manda o figurino a bem dizer
só faltam os acentos e tremas ou temas ?
Num meio ao acaso conheci pessoas marcantes,
conversas agradáveis, risos soltos, tudo tudo em desejos delirantes,
sim porque não há desejo sem ser delirante ele pede, ele grita.
Sendo assim posso dizer também que sou extravagante.
No acaso veio a estagnação, e um vazio desses que se instala,
em prosas e versos já nao conseguia desatar e nem desabafava.
O vazio se tornou imenso, seu centro ficou denso, era como numa tala
presa por uma solução de continuidade, na medicina explica-se fratura
mas em meu ser explica-se de uma forma mais divertida...
" solução de continuidade " solução para afasia, referente a verdade,
referente ao sonhos, que abala, mais a palavra contida.
Arrumei as tralhas planejei tudo, fui ao fim do mundo,
na ânsia de mudar algo que dentro gritava.
Nunca fui de raízes, elas nunca me prenderam.
tentei, construí, não deu, retornei.Também pudera,
O mundo é gigante, era só um sonho, uma quimera...
Em poemas flaguei-me tentando construir o ano, a época, a fase.
Num sentimento único da aventura, da própria desconstrução,
Uma construção que um dia tinha almejado, datado digno de um ano-base.
O ano não terminou, a fase acho que sim, há um sentir de passividade,
não acho que estou no olho do furacão,
pela calmaria ou aprendizado que vem com a idade.
O ano não terminou, restam quarenta e três dias.
Quanta coisa ainda para uma acerbidade...
Se digo acerbo, digo sim para novas conquistas, digo sim para " nosso " amor,
digo sim, que me venham, mas venham mais audazes !
Desse meu corpo tão cansado, das minhas idéias tão sutis,
numa dessas paragens. Bem diante de minhas vistas.
Talvez seja sonho, algo que venha como a esperança.
De um ano novo mais " rico" e cheio de esplendor.