quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Espelho

Refugiados, Lasar Segall



Dantes como nuvens a flutuar
pelos "sítios" além das montanhas
reflexos luminosos e intensos
seguem pelo ar e com o vento.


Janelas envolvidas por túnicas,
esclerais, íris de cor e de tons
magia de Deus, única.


Cristal de brilho abundante,
Véu, cortina, resguardadora.
Retina da vida, pelas câmaras soturnas,
desfragmador de sentimentos.


Orquestral de nuanças.
Maestria nos movimentos.
Seiva das inspirações.
índices do zazonamento.


espelho incandescente
mudo palavra oculta
célere
célula
magnificiente.



Poesia dedicada à J.P. Canteiro de vislumbres.


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Incoativo

Moinho, Fernando Serrano




É incógnito divergir o possível
da disposição incólume, incolor ou incombustível...
Um simples projeto, uma condição primacial de um propósito.
O escrever, num vácuo, incoativo.

Ato de brincar com letrinhas,
nascem sinônimos, instantes, momentos.
Escarefica, nubla-se certezas, toldemos a razão!
Findamos o sofrimento!

Fica a angustia de tal ato.
Escrever não pode ser tão difícil e complicado.
O criar tem de ser leve, compacto e também ousado
Mas a "conta" que faz o axônio disto... Sem comentário....

Fica o desejo veemente, situações inusitadas mesclam as palavras
intempérie, interação, condição!!
E me pergunto será que é tao complicado assim ?
Discernir numa simples poesia ou rabisco uma erudição.

E assim vou traçando, rabiscando o que me aflinge,
na esperança de que uma idéia surja, num ímpeto novo,
com sinônimos antigos, decifrar a minha origem
uma espécie de comunhão comigo mesma, um renovo.

Sim, um ramo que brota de um toco, formando assim nova árvore
Não desisto!! Pleitearei uma nova fórmula....
Se minha sensibilidade ainda existe, se me falta inspiração, mas a vontade persiste...
Farei de uma regra, um exercício contínuo para a alma.