quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Saudade

Lou Borghetti



Em um porfiar sem destino certo numa aresta qualquer
raios de sol já não passam mais, janelas gastas, rachadura na pintura
todo teor talvez perdido em letra mal traçada num papiro à sombra de um bem-me-quer.


Das paredes apenas memória duma cor vibrante agora já opaca.
Recinto lacrado ainda se ouvem os sons, tempo passado ainda uma espécie de imagem ilusória
corredores silenciosos, vozes que dormem dum tempo, os ecos da época.


Em piso talhado a mármore marcas da mobília que ali continha
o cheiro, aroma, o perfume ainda prendem a lembrança
quão ansiava uma epopéia, talvez uma prosa ou uma simples quimera.


Saudade...Lembrança melancólica e ao mesmo tempo suave de pessoa, coisa distante ou extinta.