quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Paragens

Salvador, Bahia. Godofredo Filho




Esse ano foi uma viagem diga-se de passagem...
Em início fases conturbadas me sentia em próprio hospício,
foi passando parecia lento, ia martelando como um solfejo,
desses em que a música instala na cabeça e não sai, o próprio suplício.


Mas não posso dizer que foi de todo ruim, tive altos e baixos,
Como a Montanha Russa de Cassiano Ricardo.
Com suas rosas e afins, só não tinha o cavalheiro ao lado.


Momentos marcantes, situaçoes extremas,
janelas abertas, portas fechadas...
Tudo como manda o figurino a bem dizer
só faltam os acentos e tremas ou temas ?


Num meio ao acaso conheci pessoas marcantes,
conversas agradáveis, risos soltos, tudo tudo em desejos delirantes,
sim porque não há desejo sem ser delirante ele pede, ele grita.
Sendo assim posso dizer também que sou extravagante.


No acaso veio a estagnação, e um vazio desses que se instala,
em prosas e versos já nao conseguia desatar e nem desabafava.
O vazio se tornou imenso, seu centro ficou denso, era como numa tala
presa por uma solução de continuidade, na medicina explica-se fratura
mas em meu ser explica-se de uma forma mais divertida...
" solução de continuidade " solução para afasia, referente a verdade,
referente ao sonhos, que abala, mais a palavra contida.


Arrumei as tralhas planejei tudo, fui ao fim do mundo,
na ânsia de mudar algo que dentro gritava.
Nunca fui de raízes, elas nunca me prenderam.
tentei, construí, não deu, retornei.Também pudera,
O mundo é gigante, era só um sonho, uma quimera...


Em poemas flaguei-me tentando construir o ano, a época, a fase.
Num sentimento único da aventura, da própria desconstrução,
Uma construção que um dia tinha almejado, datado digno de um ano-base.


O ano não terminou, a fase acho que sim, há um sentir de passividade,
não acho que estou no olho do furacão,
pela calmaria ou aprendizado que vem com a idade.
O ano não terminou, restam quarenta e três dias.
Quanta coisa ainda para uma acerbidade...


Se digo acerbo, digo sim para novas conquistas, digo sim para " nosso " amor,
digo sim, que me venham, mas venham mais audazes !
Desse meu corpo tão cansado, das minhas idéias tão sutis,
numa dessas paragens. Bem diante de minhas vistas.
Talvez seja sonho, algo que venha como a esperança.
De um ano novo mais " rico" e cheio de esplendor.




domingo, 7 de novembro de 2010

Fantasmas, castelos e areia.

Reflexos, Véra Oliveira



No instante empoeirado reviro as ninharias do tempo.
Fantasmas que não trazem medo, castelos e areia cabelo de vento.

A morte não é um bicho de sete cabeças, a morte é o intervalo de tempo
entre o cá e o lá, ela não é nem escura e nem vasta.
É simples, quieta, moderada.

A morte é uma grande amiga, é como a lua que espia cheia de certezas...
Exata dá tempo, compasso, momento e sonata.

Se me fiz pó e o tempo se enganou, transformação da matéria, etéreo.
Se sou corpo e o momento o ocupou, nele veste a essência a complacência,
interinidade que a vida me ensinou...


poesia em conjunto: Monet /Poeta e amigo HM.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Quem foi que disse que o amor era bom ?

Verão, Van Gogh



Quem foi que disse que o amor era bom ?

Róis as unhas
Taquicardia
Suamos a frio
Tremedeira
Totalidade nas entranhas.

Mas quem foi que disse que o amor era bom ?

Noites de insônia
Agonia
Sofrimento
Fuinhas
Até que custa o cerebelo.

Mas quem foi que disse que o amor era bom ?

Perde-se a indentidade
Fica bobo
Fúria
Entremeios
Perde-se até a acuidade.

E me disseram que o amor era bom !

Sintonia
Carinho
Sincronia
Zelo

E me disseram que o amor era bom !

Caritativo
Companheiro
Afável
Abdicativo

[...]

Será que amo ?